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Valorização de Recursos Endógenos nas Marinhas e nos Soutos:
Da Salicórnia à Castanha

 Marisa Ribeirinho, é investigadora bolseira no projeto nacional "ValorCast" e é aluna no doutoramento internacional em Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar (Do*Mar) – UTAD/ESTM-IPL/U.Vigo, no ramo: “Uso Sustentável de Recursos Marinhos”, está a desenvolver laboratorialmente o tema da tese de doutoramento intitulado: “Valorization of the endogenous marine resource Salicornia ramosissima: application in food and pharmaceuticals industries”.  É licenciada em Genética e Biotecnologia e Mestre em Biologia Clínica Laboratorial, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Foi convidada a ser entrevistada pelo fotojornalista João Nunes da Silva, que teve acesso ao seu trabalho científico feito no âmbito estágio final da Licenciatura em Genética e Biotecnologia na UTAD, que publicou na prestigiada revista National Geographic de outubro de 2014. Foi-lhe atribuído um voto de louvor por parte de Câmara Municipal de Vila Real, bem como ao Departamento de Genética e Biotecnologia da UTAD, já recebeu uma distinção de mérito pelo governo português e já foi várias vezes premiada.
    É membro de uma das comissões de avaliação externa pertencente à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), tendo já avaliado cursos do ensino superior português.
   Recentemente, foi a única portuguesa selecionada a representar Portugal na final do campeonato mundial universitário 2019, que decorreu na Universidade Técnica de Copenhaga - Dinarmarca.

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Resumo

4 de Março

2020

As marinhas, ou vulgarmente designadas “salinas”, são ecossistemas pantanosos junto  à costa, mais propriamente, sapais que se originam em zonas costeiras de águas calmas. O reduzido fluxo das marés facilita a deposição dos detritos e sedimentos em suspensão e assim vai-se desenvolvendo substrato para a instalação de uma vegetação particular, conhecida como halófita. As plantas halófitas do sapal, vivem numa situação de secura fisiológica porque a elevada concentração salina do meio lhe dificulta o acesso à agua que abunda a sua volta. A vegetação do sapal tem um papel muito importante na depuração das águas, devido à grande capacidade de absorver e fixar metais pesados, muitos dos quais são tóxicos para outros seres vivos; por outro lado, os abundantes microorganismos aqui existentes metabolizam e convertem em nutrientes, materiais que, de outro modo, poluiriam as suas águas. A planta Salicórnia (Salicornia ramosissima), vulgarmente chamada “sal verde”, pertencente à família Chenopodiaceae, e é uma planta halófita anual, que significa ser tolerante à água salgada. Cresce nos sapais dos estuários e salinas, fazendo parte da flora nativa de Portugal.

Os soutos de castanheiros, Castanea sativa, representam a maioria dos terrenos agrícolas da região de Trás-os-Montes e Alto Douro. A biodiversidade de um souto é muito variada e altamente condicionada pelo clima, pelas caraterísticas dos solos e pela sua localização. Recentemente, existe uma grande procura do sector agro-industrial por produtos isentos de glutén, para suprir necessidades alimentares especificas, para além de se desenvolverem produtos nutricionalmente enriquecidos. A castanha é um fruto rico em importantes elementos minerais (como é o caso do selénio), vitaminas (nomeadamente vitamina C), hidratos de carbono (sendo na sua maioria amido, e este bastante resistente à digestão, comportando-se como uma fibra), sem glutén, com baixo teor de gordura e isenta de colesterol (Food. Chem. 140, 666; Food Chem Tox. 50, 2311; Food Chem.106, 976; J. of Food Comp. Anal. 20, 80).

O principal objetivo desta apresentação visa projetar o trabalho laboratorial desenvolvido desde a colheita de plantas de Salicornia ramosissima pelas marinhas da costa portuguesa e da colheita de diferentes variedades de castanha em três regiões de Denominação de Origem Protegida (DOP’s): Padrela, Terra Fria e Soutos da Lapa, até à inovação alimentar saudável aplicada à sociedade em geral.

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